BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA – Capital da Cultura Helenística
Por Alaor Chaves
Desgosta-me ver um asteroide descrito como um evento súbito, tal qual um raio. Pois antes de um dia rasgar o ar, e em brasa chocar-se no solo, onde finalmente se aquieta e resfria, o pedaço de rocha tem uma longa vida de andarilho do espaço. Por bilhões de anos, rodeia o Sol em uma procissão circular de rochas de todos os tamanhos, até que um dia um desconcerto o desvia do seu caminho. Por outros muitos milhões de anos, vaga pelo espaço, como viajante solitário, nunca repetindo sua elipse do mesmo jeito, o que é um modo perigoso de orbitar o Sol, e naquele dia ocorre de nosso planeta estar no seu caminho. O périplo do asteroide foi determinado por uma série de circunstâncias que definiram o seu destino. O mesmo aconteceu com a Biblioteca de Alexandria. Desde quando a Biblioteca de Alexandria começou a ser gestada? Desde um bilhão de anos atrás, quando possivelmente o Homo erectus começou a ensaiar a fala. Darwin advertiria que muito antes disso. Mas em uma simplificação ainda mais drástica, pode ser válido dizer que a biblioteca começou a ser projetada há cinco mil anos, quando, nas suas imediações, inventaram a escrita. Seu timing e seu local preciso ficaram definidos quando Alexandre, em sua breve vida de ambição, brutalidade, mas também de inspirações incomuns, escolheu a margem da foz do Nilo para ser a capital de um mundo helenizado que ele queria construir. Ptolomeu, seu amigo, seu general e também seu confidente e admirador, tentou ser fiel ao projeto. Por três séculos, a Biblioteca foi o maior templo da escrita e do conhecimento que com ela pode-se produzir. Mas todas as coisas têm um início e também chegam ao seu fim. Tampouco o fim da Biblioteca foi súbito. Foi tramado pouco depois da sua criação, quando Roma e Cartago guerrearam por mais de cem anos pelo domínio do Mediterrâneo ocidental.
Roma venceu e estendeu seus domínios por todo o Mediterrâneo e suas margens. O cristianismo, oficializado por Roma, fez o que faltava. É mais ou menos assim que a Biblioteca e sua gloriosa história são descritas nesta crônica.
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